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Questão 17
De acordo com a NBC TG 27 (R4) – ATIVO IMOBILIZADO, o custo de um item do ativo imobilizado compreende, entre outros, quaisquer custos diretamente atribuíveis para colocar o ativo no local e as condições necessárias para ele ser capaz de funcionar da forma pretendida pela administração.
Entre os custos diretamente atribuíveis estão os custos
(A) de abertura de nova instalação.
(B) incorridos na introdução de novo produto ou serviço.
(C) com testes para verificar se o ativo está funcionando corretamente.
(D) da transferência das atividades para novo local ou para nova categoria de clientes.
Resolução
- Alternativa A (Incorreta): “de abertura de nova instalação.” A abertura de uma nova instalação pode ser um custo geral relacionado ao estabelecimento da empresa, mas não é considerado um custo diretamente atribuível ao ativo imobilizado, pois não é necessário para colocar o ativo imobilizado em funcionamento.
- Alternativa B (Incorreta): “incorridos na introdução de novo produto ou serviço.” Custos com a introdução de novos produtos ou serviços não estão diretamente relacionados ao ativo imobilizado, mas sim ao processo de produção e desenvolvimento. Esses custos não são atribuíveis à preparação do ativo imobilizado para uso.
- Alternativa C (Correta): “com testes para verificar se o ativo está funcionando corretamente.” De acordo com a NBC TG 27 (R4), os testes necessários para garantir que o ativo imobilizado está em condições de funcionamento são custos diretamente atribuíveis, pois são essenciais para que o ativo possa ser utilizado conforme planejado pela administração.
- Alternativa D (Incorreta): “da transferência das atividades para novo local ou para nova categoria de clientes.” A transferência de atividades para um novo local ou para uma nova categoria de clientes pode gerar custos operacionais, mas não são custos diretamente atribuíveis ao ativo imobilizado. Esses custos não estão relacionados à colocação do ativo no local e nas condições necessárias para seu funcionamento.
Portanto, a alternativa (C) está correta, pois os custos com testes para verificar se o ativo está funcionando corretamente são um exemplo claro de custo diretamente atribuível ao ativo imobilizado, de acordo com a NBC TG 27 (R4).
Questão 18
De acordo com a NBC TG 26 (R5) – APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS, a informação é material se sua omissão,
distorção ou obscuridade pode influenciar, de modo razoável, decisões que os usuários primários das demonstrações contábeis
de propósito geral tomam como base nessas demonstrações contábeis que fornecem informações financeiras sobre relatório
específico da entidade.
Com base nesse enunciado, leia o fragmento a seguir.
A materialidade depende da _ ou _ da informação, ou de ambas. A entidade avalia se a informação, individualmente
ou em combinação com outra informação, é material no contexto das suas demonstrações contábeis tomadas como um todo.
Assinale a alternativa cujos itens completam corretamente as lacunas do fragmento acima.
(A) rapidez – fonte.
(B) natureza – fonte.
(C) rapidez – magnitude.
(D) natureza – magnitude.
Resolução
- Alternativa A (Incorreta): “rapidez – fonte.” A materialidade não está relacionada à rapidez ou à fonte da informação. A NBC TG 26 (R5) especifica que a materialidade depende da natureza ou magnitude da informação, ou de ambas.
- Alternativa B (Incorreta): “natureza – fonte.” Embora a natureza da informação seja relevante para determinar sua materialidade, a fonte não é um critério estabelecido pela norma. A NBC TG 26 (R5) enfatiza que a materialidade depende da natureza ou magnitude da informação, ou de ambas.
- Alternativa C (Incorreta): “rapidez – magnitude.” A rapidez não é um fator considerado na avaliação da materialidade. A norma destaca que a materialidade depende da natureza ou magnitude da informação, ou de ambas.
- Alternativa D (Correta): “natureza – magnitude.” De acordo com a NBC TG 26 (R5), a materialidade depende da natureza ou magnitude da informação, ou de ambas. A entidade deve avaliar se a informação, individualmente ou em combinação com outra informação, é material no contexto das suas demonstrações contábeis tomadas como um todo.
Portanto, a alternativa (D) está correta, pois reflete fielmente os critérios estabelecidos pela NBC TG 26 (R5) para a avaliação da materialidade das informações nas demonstrações contábeis.
Questão 19
A NBC TG 25 – PROVISÕES, PASSIVOS CONTINGENTES E ATIVOS CONTINGENTES ilustra o tratamento contábil quando uma obrigação presente ou possível da entidade envolve prazos ou valores incertos.
Com base na referida norma, relacione o tratamento dado a cada situação a seguir com seu reconhecimento e divulgação.
I. Há obrigação presente que provavelmente requer uma saída de recursos.
II. Há obrigação possível ou obrigação presente que pode requerer, mas provavelmente não irá requerer, uma saída de recursos.
III. Há obrigação possível ou obrigação presente cuja probabilidade de uma saída de recursos é remota.
( ) Não é reconhecida nenhuma provisão e não há obrigatoriedade de divulgação.
( ) Deve-se reconhecer a provisão e divulgar em nota explicativa.
( ) Não é reconhecida a provisão, mas é divulgado o fato em nota explicativa como passivo contingente.
A relação correta, na ordem apresentada, é
(A) III – I – II.
(B) III – II – I.
(C) II – I – III.
(D) I – III – II.
Resolução
- Alternativa A (Correta): “III – I – II.”
- I (Obrigações presentes que provavelmente requerem uma saída de recursos): Quando há uma obrigação presente que provavelmente resultará em uma saída de recursos, deve-se reconhecer a provisão e divulgar em nota explicativa, pois a probabilidade de uma saída de recursos é alta.
- II (Obrigações possíveis ou presentes que podem requerer, mas provavelmente não irão requerer, uma saída de recursos): Não é reconhecida a provisão, mas o fato é divulgado como passivo contingente nas notas explicativas, pois a probabilidade de saída de recursos é baixa.
- III (Obrigações possíveis ou presentes com probabilidade remota de saída de recursos): Quando a probabilidade é remota, não se reconhece nenhuma provisão nem há obrigatoriedade de divulgação.
Portanto, a alternativa (A) está correta.
- Alternativa B (Incorreta): “III – II – I.”
- Justificativa: A alternativa não corresponde à sequência de reconhecimento e divulgação de acordo com a NBC TG 25. O tratamento das obrigações possíveis ou presentes com probabilidade remota (III) não pode ser colocado antes daquelas que provavelmente requerem saída de recursos (I).
- Alternativa C (Incorreta): “II – I – III.”
- Justificativa: Nesta alternativa, a relação entre as situações de reconhecimento e divulgação está invertida. A sequência correta deve ser a de maior probabilidade de saída de recursos primeiro (I), seguida das possibilidades mais improváveis (II e III).
- Alternativa D (Incorreta): “I – III – II.”
- Justificativa: A ordem não está correta, pois, como explicado, a obrigação que provavelmente resultará em saída de recursos (I) deve ser tratada antes das situações onde a probabilidade é menor (II e III).
Portanto, a alternativa (A) está correta, pois apresenta a relação correta entre as situações descritas e seus respectivos tratamentos contábeis de acordo com a NBC TG 25.
Questão 20
Uma sociedade empresária pode elaborar sua Demonstração dos Fluxos de Caixa de acordo com o método direto ou com o método indireto.
De acordo com a NBC TG 03 (R3) – DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA, a diferença entre as duas demonstrações elaboradas consiste somente na apresentação
(A) da atividade operacional.
(B) da atividade de investimento.
(C) da atividade de financiamento.
(D) do caixa e equivalentes de caixa.
Resolução
- Alternativa A (Correta): “da atividade operacional.”
A diferença entre o método direto e o indireto está, de fato, na apresentação dos fluxos de caixa das atividades operacionais.- No método direto, são apresentados os fluxos de caixa brutos das atividades operacionais, ou seja, entradas e saídas de caixa de forma direta.
- No método indireto, parte-se do lucro líquido e ajusta-se para as variações nos ativos e passivos operacionais, entre outros ajustes, até chegar ao fluxo de caixa operacional.
Portanto, a diferença está na forma de apresentar a atividade operacional.
- Alternativa B (Incorreta): “da atividade de investimento.”
Não há diferença significativa entre os dois métodos quanto à apresentação da atividade de investimento. Essa atividade é apresentada da mesma forma, independentemente do método utilizado para calcular o fluxo de caixa operacional. - Alternativa C (Incorreta): “da atividade de financiamento.”
Semelhante à atividade de investimento, a atividade de financiamento é apresentada de forma semelhante em ambos os métodos, não sendo a fonte da diferença entre eles. - Alternativa D (Incorreta): “do caixa e equivalentes de caixa.”
O método de elaboração da Demonstração dos Fluxos de Caixa não se distingue pela forma de apresentação do caixa e equivalentes de caixa, mas sim pela maneira como os fluxos de caixa das atividades operacionais são detalhados, o que é o foco principal da distinção entre o método direto e o indireto.
Portanto, a alternativa (A) está correta, pois a diferença entre os métodos está relacionada à apresentação da atividade operacional.
Questão 21
Em 01/06/2024, uma joalheria adquiriu 40 anéis pelo valor unitário de R\$ 800. O frete para a entrega e o seguro do transporte foram, respectivamente, de R\$ 500 e R\$ 1.600. Os valores foram pagos à vista pela joalheria.
O custo do estoque no balanço patrimonial da joalheria, antes do início das vendas, é de
(A) R$ 32.000.
(B) R$ 32.500.
(C) R$ 33.600.
(D) R$ 34.100.
Resolução
Para determinar o custo total do estoque, devemos somar:
- Custo de aquisição dos anéis: 40 anéis x R$ 800 cada = R$ 32.000.
- Custo do frete: R$ 500.
- Custo do seguro: R$ 1.600.
Somando esses valores:
R$ 34.100
(40 * 800) + 500 + 1600=34.100
Portanto, o custo total do estoque é de R$ 34.100.
A alternativa (D) está correta.
Questão 22
Em 01/05/2022, uma loja de roupas pagou R$ 180.000 a terceiros, referentes ao aluguel antecipado de 3 anos do imóvel onde funcionava a sua loja, contados a partir da data de pagamento.
Em 31/12/2023, a despesa antecipada de aluguel no ativo realizável a longo prazo da loja era
(A) zero.
(B) R$ 20.000.
(C) R$ 60.000.
(D) R$ 80.000.
Resolução
1. Cálculo do Valor Mensal do Aluguel:
Sabemos que o aluguel foi pago por um período de 36 meses. Portanto, o valor mensal do aluguel será:
R\$180.000÷36=R\$5.000 por mês
2. Período Decorrido Entre o Pagamento e a Data de Referência (31/12/2023):
De 01/05/2022 até 31/12/2023, temos um período de 20 meses. Ou seja, o pagamento foi feito há 20 meses e, portanto, 20 meses de aluguel foram consumidos até a data de referência.
3. Valor Já Apropriado Como Despesa:
Agora, vamos calcular o total de aluguel que já foi reconhecido como despesa nesses 20 meses. Para isso, multiplicamos o valor mensal (R$ 5.000) pelo número de meses (20):
20×R\$5.000=R\$100.000
4. Valor Restante (Despesa Antecipada):
O valor restante de aluguel, que ainda não foi reconhecido como despesa, é a diferença entre o valor pago (R$ 180.000) e o valor já apropriado como despesa (R$ 100.000):
R\$180.000−R\$100.000=R\$80.000
Esse valor restante de R\$ 80.000 refere-se à despesa antecipada de aluguel que ainda não foi consumida.
5. Classificação do Saldo Restante (Curto e Longo Prazo):
A despesa antecipada será classificada em curto prazo (para os próximos 12 meses) e longo prazo (para o restante do período).
- Para o curto prazo (12 meses seguintes), temos:12×R$\5.000=R\$60.000
- O saldo restante de R$ 80.000 será classificado no longo prazo, e será:R\$80.000−R\$60.000=R\$20.000
Portanto, a despesa antecipada de aluguel no ativo realizável a longo prazo em 31/12/2023 é de R$ 20.000.
Item B.
Questão 23
Em janeiro de 2024, a despesa relacionada a salários de uma sociedade empresária era de R$ 500.000. Desse valor, R$ 120.000
representava imposto de renda retido na fonte.
Assinale a opção que indica o lançamento contábil realizado em 31/01/2024 para reconhecer os efeitos decorrentes do fato,
considerando que os salários da entidade são pagos no 5º dia útil do mês seguinte ao do fato gerador.
(A) D – Despesa de salários R$ 380.000
D – Despesa de IR R$ 120.000
C – salários a pagar R$ 500.000
(B) D – Despesa de salários R$ 380.000
D – Despesa de IR R$ 120.000
C – IR na fonte a recolher R$ 120.000
C – salários a pagar R$ 380.000
(C) D – Despesa de salários R$ 500.000
C – IR na fonte a recolher R$ 120.000
C – salários a pagar R$ 380.000
(D) D – Despesa de salários R$ 500.000
C – salários a pagar R$ 500.000
Resolução
1. Reconhecimento da despesa com salários:
No momento do reconhecimento da despesa de salários (em janeiro de 2024), a empresa deve registrar a despesa total de salários, que inclui o valor bruto da remuneração. Esse valor é reconhecido independentemente de quando será pago.
2. Reconhecimento do imposto de renda retido na fonte:
O imposto de renda retido na fonte é uma obrigação da empresa, que será paga posteriormente, mas já deve ser reconhecida no momento do reconhecimento dos salários. A diferença é que não devemos lançar a despesa de IR como “despesa de IR”. O IRRF é um passivo da empresa, uma retenção que será repassada ao fisco posteriormente, então devemos registrar como “IR na Fonte a Recolher”.
Com isso, o lançamento contábil correto para o mês de janeiro de 2024 seria:
- Débito: Despesa de Salários – R$ 500.000 (para registrar a despesa com salários)
- Crédito: Salários a Pagar – R$ 380.000 (valor líquido a ser pago aos funcionários)
- Crédito: IR na Fonte a Recolher – R$ 120.000 (imposto retido que a empresa pagará ao governo)
Ou seja, não há débito para “Despesa de IR” nesse caso. O imposto é reconhecido como uma obrigação a ser paga, mas não é considerado uma despesa no resultado. E o uso de IR na Fonte a Recolher como conta redutora, que posteriormente será passado como despesas.
Item C.
Questão 24
Assinale a opção que indica uma conta do passivo de uma entidade que não deve ser classificada como passivo circulante de
acordo com a NBC TG 26 (R5) – APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS.
(A) Imposto de renda diferido.
(B) Empréstimo contraído de diretor.
(C) Receita recebida antecipadamente.
(D) Adiantamento recebido de sociedade controlada.
Resolução
Alternativa A (Correta): “Imposto de renda diferido.” O imposto de renda diferido é um passivo relacionado a diferenças temporárias entre a base fiscal e a base contábil dos ativos e passivos de uma empresa. Esse passivo, por ser de longo prazo, não deve ser classificado como passivo circulante. Ele representa tributos a serem pagos no futuro, em um prazo superior a 12 meses, sendo classificado como passivo não circulante.
Alternativa B (Incorreta): “Empréstimo contraído de diretor.” O empréstimo contraído de diretor pode ser classificado como passivo circulante ou não circulante, dependendo do prazo de vencimento da obrigação. Se o pagamento for exigido no curto prazo (até 12 meses), ele será classificado como passivo circulante. Caso o vencimento seja superior a 12 meses, será classificado como passivo não circulante.
Alternativa C (Incorreta): “Receita recebida antecipadamente.” A receita recebida antecipadamente, quando a empresa recebe um pagamento antes de prestar o serviço ou entregar o produto, é classificada como passivo circulante, pois representa uma obrigação a ser cumprida no curto prazo. Geralmente, esse tipo de passivo é resgatado em até 12 meses, o que justifica sua classificação como circulante.
Alternativa D (Incorreta): “Adiantamento recebido de sociedade controlada.” O adiantamento recebido de uma sociedade controlada também é classificado como passivo circulante, pois se trata de uma obrigação que, normalmente, é liquidada em um curto período, dentro de um ciclo operacional ou até 12 meses após o recebimento.
Portanto, a alternativa (A) está correta, pois o imposto de renda diferido deve ser classificado como passivo não circulante, não se enquadrando como passivo circulante, de acordo com a NBC TG 26 (R5).
Questão 25
Uma loja de roupas funciona em um imóvel alugado de terceiros. A despesa com aluguel é classificada na Demonstração do Valor Adicionado da loja como
(A) insumos adquiridos de terceiros.
(B) remuneração de capitais próprios.
(C) remuneração de capitais de terceiros.
(D) depreciação, amortização e exaustão
Resolução
Na Demonstração do Valor Adicionado (DVA), as despesas são classificadas de acordo com a origem dos recursos que geram essas despesas. A DVA é uma demonstração contábil que evidencia a criação de valor por uma empresa e como esse valor é distribuído entre os diversos agentes econômicos que contribuíram para sua formação (empregados, governo, fornecedores de capital, etc.).
- Remuneração de capitais de terceiros: Refere-se aos valores pagos pela empresa em razão do uso de recursos que não pertencem a ela, como juros sobre dívidas, aluguel, etc. O aluguel é uma despesa relacionada ao uso do capital de terceiros (proprietário do imóvel), logo, é classificado nesta categoria.
- Outras alternativas:
- (A) Insumos adquiridos de terceiros: Esta categoria diz respeito a materiais e serviços adquiridos que são necessários para a produção de bens ou serviços. Não se aplica ao aluguel, pois este não está diretamente relacionado à produção dos bens ou serviços, mas sim à utilização do imóvel.
- (B) Remuneração de capitais próprios: Refere-se ao valor pago aos sócios ou acionistas da empresa, como dividendos. Não se aplica ao aluguel, que não é um pagamento a sócios.
- (D) Depreciação, amortização e exaustão: Refere-se à perda de valor de ativos imobilizados ao longo do tempo. Como o aluguel é uma despesa operacional e não relacionada à depreciação de bens da empresa, essa opção também está descartada.
Portanto, a classificação correta da despesa com aluguel na DVA é remuneração de capitais de terceiros(C), pois se trata do valor pago pela empresa ao proprietário do imóvel, que é um capital de terceiro.
Questão 26
De acordo com a NBC TG 36 (R3) – DEMONSTRAÇÕES CONSOLIDADAS, o investidor, independentemente da natureza de seu envolvimento com a investida, deve determinar se é controlador avaliando se controla a investida.
Em relação ao controle, considere os itens a seguir:
I. Poder sobre a investida.
II. Exposição a, ou direitos sobre, retornos variáveis decorrentes de seu envolvimento com a investida.
III. Capacidade de utilizar seu poder sobre a investida para afetar o valor de seus retornos.
IV. Mais do que a metade das ações com poder de voto da investida.
O investidor controla a investida se possuir os atributos apresentados em
(A) I, II e IV, somente.
(B) I e III, somente.
(C) II, III e IV, somente.
(D) I, II e III, somente.
Resolução
Vamos entender o que cada item da questão significa em relação ao conceito de controle de acordo com a NBC TG 36 (R3) – Demonstrações Consolidadas, que segue as diretrizes internacionais de contabilidade, mais especificamente as Normas Internacionais de Relato Financeiro (IFRS).
De acordo com a norma, o investidor deve determinar se exerce controle sobre a investida, e o controle é definido por três elementos principais:
- Poder sobre a investida (Item I): O investidor deve ter o poder de governar as atividades relevantes da investida, isto é, a capacidade de direcionar as decisões operacionais e financeiras significativas da investida.
- Exposição a, ou direitos sobre, retornos variáveis decorrentes de seu envolvimento com a investida (Item II): O investidor deve estar exposto a retornos variáveis, como lucros ou perdas, resultantes de sua participação na investida. Esses retornos podem ser diretos ou indiretos, e essa exposição pode incluir o direito a dividendos, participação nos lucros, ou outros benefícios econômicos.
- Capacidade de utilizar seu poder sobre a investida para afetar o valor de seus retornos (Item III): O investidor deve ter a capacidade de usar seu poder sobre a investida para influenciar os retornos que ele recebe. Em outras palavras, o investidor deve ser capaz de controlar a forma como os retornos variáveis serão gerados, aumentando ou diminuindo seu potencial de ganhos ou perdas.
- Mais do que a metade das ações com poder de voto da investida (Item IV): Este item, embora seja relevante para a avaliação do controle, não é um requisito absoluto de controle por si só. Ele se refere ao conceito de controle acionário, mas o controle pode ser exercido mesmo sem ter a maioria absoluta das ações com poder de voto, caso os três primeiros elementos estejam presentes. Ou seja, é um critério adicional e não um critério exclusivo.
Portanto, os três primeiros elementos (I, II e III) são essenciais para determinar se o investidor exerce controle sobre a investida. O item IV, por si só, não é suficiente para concluir que há controle, pois o controle pode ser exercido de outras formas.
Por isso, a resposta correta é (D) I, II e III, somente.